Escritório de Lucchesi.

O contacto de Lucchesi não tinha nenhuma informação desse tipo, era muito específico, pessoal, e muito em cima da hora. Quem poderia saber quais os planos de Snake? Mas alguém poderia saber, e se existisse esse alguém, provavelmente seria um Nosferatu do Rio, conhecido como grande traficante de informações. Reza a lenda que esse Nosferatu que atende pela alcunha de Mr. Shreck vive no Rio e sabe tudo sobre todos, o que é obviamente um exageiro, mas a sua fama de cobrar os olhos da cara e às vezes um pouco mais fazia com que poucos realmente quisessem negócios com o homem.

Lucchesi consegue uma maneira de entrar em contacto com esse Nosferatu pela internet, usando um tipo de criptografia especial disponibilizada apenas no site pessoal dele. É claro que seria um tiro no escuro, mais Snake havia passado pelo Rio há pouco tempo, então não seria tão surpreendente...

Paolo abre seu Notebook para entrar nesse tal site, baixa o programa e abre o Messenger estranho do nosferatu, nada seria melhor do que ter algumas certezas sobre o tal Snake.

-Mr. Shrek? É o senhor?

O software aberto no notebook de Lucchesi era basicamente uma janela preta com uma linha de texto para ser digitada, ele não guardava histórico de mensagens ou tinha qualquer descrissão, ao enviar uma mensagem ela sumia e ao se começar a digitar uma nova, a última recebida também desaparecia.

- Olá, senhor Lucchesi. Pela sua localização actual imagino que devem ter te passado meu contacto porque você estava procurando informações mais profundas sobre Snake Plissken. Vou ser bem directo com o senhor: sei que possui um certo poder e influência assim como dinheiro, mas pagar pelos meus serviços não é tão simples quanto fazer uma transferência bancária. Me diga a(s) informação(ões) que procura e eu te direi o custo, assim terá até a próxima noite para decidir.

-Ótimo, direto e sem enrolações, preciso saber se Snake tem algo em mente além de vender armas, se ele possui um plano por trás, algo sobre dominação ou destruição da cidade,quem sabe um contrato de assassinato de algum vampiro até talvez se alguém o mandou vir aqui.

- Você quer saber qual a verdadeira intensão dele indo p'ra sua cidade. O custo p'ra essa informação é de dois litros do seu sangue, além de dinheiro (off: o equivalente a um ponto permanente de Recursos) e algum segredo interessante seu de sua escolha. A qualidade da minha resposta vai depender da qualidade do seu segredo, mas ela sempre será verdadeira. Você tem até amanhã às 18:30 p'ra decidir.

-Perfeito

Paolo não via muito ganho na informação muito porque, até onde sabia, Snake não vinha na cidade para feri-lo. Era gentil mas não faria caridade para a cidade assim de graça, principalmente uma caridade tão cara desse jeito, Lucchesi tinha outros planos em mente.

1. Ligar para seu aliado poderoso no crime organizado assim como seus amigos e pedir uma ampliação na venda de drogas, talvez começar a ir nas festas da cidade vizinha... Seria uma boa tirar dinheiro dos ricos da cidade tão mimada.

2. Ligar para seu aliado no submundo, fora seus amigos, para seguir o mesmo, mas com um pouco de foco na cidade, englobando concorrências (pequenas gangs que eventualmente vendem no meu território) para trabalharem para mim, precisaria de nomes e endereços dos garotos que faziam essas vendas.

3. Faria uma ligação ao seu aliado na polícia local para que fosse pessoalmente, quando fosse chamado no outro dia, ao seu escritório conversar sobre algo. Mas que por essa noite precisava que ele pegasse todo o dinheiro que juntava de recolhimento de furtos, Paolo tinha uma ideia do que fazer com esses fundos e discutiria no outro dia.

4. Ligaria para seus amigos na política local e daria a ideia de fundar uma espécie de banco para a cidade, algo que pessoas com interesse de fundar um pequeno negócio fossem para conseguir financiamentos(essa era uma possibilidade de expandir seu negocio de "extorsão" por proteção e era um trabalho lucrativo)

Lucchesi consegue falar com seus contactos, embora tenha acordado a maioria deles. Todos concordam em providenciar essas coisas para o dia seguinte e voltaram a dormir. A noite estava chegando ao seu fim e Lucchesi também precisava se abrigar antes que o Sol e o sono sobrenatural que o afectava toda noite aparecessem.

(05:30)

Deitado em seu quarto seguro do sol, Lucchesi dorme com o chegar de mais um dia, e quando acordasse já deveria ter algumas respostas.

[Fim da noite]

01/03/2016, 18:00.

Paolo acorda em seu quarto e vê as mensagens que recebera em seu celular durante o dia, após avaliar o conteúdo delas ele as condensa nas seguintes informações:

1 - É difícil encontrar algum lugar para ampliar a venda das drogas, Skind estava saturada e Sind era uma cidade com policiamento pesado, entrar na mesma já era muito difícil, entrar com drogas e vender lá dentro então provavelmente não valeria o risco, mas era possível tentar.

2 - Era possível tentar uma parceria com gangues pequenas, ou simplesmente acabar com a concorrência insignificante. Atacar um traficante grande poderia gerar dor de cabeça, mas um pequeno não faria falta p'ra ninguém... Bastava decidir a acção a ser tomada. Lucchesi recebe alguns nomes de traficantes pequenos da cidade.

3 - O contacto da polícia informa Lucchesi que esse dinheiro já é normalmente distribuído entre os policiais, já que eles não recebem muito bem salário por não existir um governo oficial na cidade, mas que ele está livre para visitá-lo a qualquer momento.

4 - Os contactos na política local acham boa a idéia de Lucchesi, dizem que pode funcionar se for bem feito e estão dispostos a ajudar, caso tenham algo a ganhar com isso também.

(18:15)

Paolo acorda e está animado, pede para cozinharem uma janta pois provavelmente receberiam visitas do jornalista, também pede à seu advogado fazer um contrato de ajuda de Paolo ao jornal do homem onde basicamente era o acordo entre Paolo fazer a proteção e compra de tinta e manutenção das maquinas (coisa que não sairia caro, mas sairia para o pobre homem que perderia tudo caso não aceitasse).

Após isso, Lucchesi da mais uma dose de seu sangue à seu, agora quase carniçal, Luca. Após isso chega ao quarto onde seu lanche da noite estava esperando, sua mordida era suave e agradável nada parecido com a mordida mortal do nosferatu. Ele se alimenta e acaba toda sua fome, se sente forte e confiante. Antes de o jornalista chegar, faz suas ligações as quais estava bem feliz com os resultados.


-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------


1 - Paolo fica chateado mas com certeza pensará como fazer para estender suas teias na cidade vizinha. Liga seu computador e pega alguns contatos de donos de boates mais afastadas do centro de Sind, o mais perto da periferia que a cidade perfeita possuía.

2 - Paolo manda 10 homens irem atrás de um garotos da menor gangue que a lista contava, pediu para traze-lo até ele.

3 - Paolo entende, não via problema, a polícia local já possuía problemas demais e era uma grande aliada.

4 - Paolo fica feliz e já pensa no futuro. Liga para os "políticos" locais que o lucro do financiamento poderia ser dividido entre a "prefeitura" e o próprio Paolo que entraria com parte do dinheiro. Também os lembra que um bairro comercial seria ótimo para a cidade e que ele poderia oferecer proteção especializada para tal área que poderia ser o começo de qualquer tipo de organização da cidade, empregos e um lugar seguro é tudo que a cidade precisa para receber mais dinheiro de fora fazendo um comércio diferente de drogas e prostituição. Paolo pede para que os "políticos" formem um plano que ele gostaria de supervisionar e ajudar no que ele pudesse.

Luca bebe novamente o sangue de Lucchesi e sente-se cada vez mais laçado. Pesquisando o comércio de Sind, Paulo descobre que as "casas de shows" da cidade eram todas elegantes e grandes, algumas freqüentadas pela alta sociedade e outras pela classe média,  mas absolutamente nenhuma tinha uma aparência ou reputação de "bordel barato" ou "barzinho de esquina". Uma casa de shows com temática gótica ficava na margem da cidade com a floresta ao sul, era o acesso mais fácil e discreto por Skind, mas exigia uma caminhada de duas horas pela mata.

Depois de dadas as ordens Lucchesi fica com uma hora livre para fazer o que quiser, até a hora marcada para a visita do jornalista.

(19:00)

Lucchesi vai até a cozinha e diz para o cozinheiro fazer o prato "especial" que relaxa os convidados. Após isso, manda seus homens irem buscar o jornalista para que nada acontecesse com ele no caminho.

Paolo se senta na mesa de jantar e espera seu convidado.

O cozinheiro de Lucchesi confirma que entendeu o pedido e dois homens saem de carro para buscar o jornalista. Pontualmente às 20:00 os dois homens que haviam saído voltam e trazem o jornalista junto e dizem:

- Senhor Lucchesi, este é Adam Schvarzen, o homem que cuida do jornal local.

O homem parece um pouco confuso, não entende muito bem o que está acontecendo.

Paolo dá um grande sorriso e vai de encontro ao homem:

-Olá Senhor Adam, muito boa noite para o senhor, espero não o ter assustado ou retirado de outro afazer mais importante, creio que recebera minha carta hoje de manhã, por favor, entre. Deixe-me apresentar, sou Paolo Lucchesi, Don de minha família, pedi para que trouxessem o senhor aqui para conversar sobre negócios. Por favor, por aqui.

Paolo o leva para a sala de jantar e faz um sinal para seus homens o deixarem sozinho com o jornalista.

O homem de cabelo meio bagunçado e seus quarenta e poucos anos fica um pouco mais tranqüilo ouvindo Lucchesi, mas continua confuso.

- Sim, recebi a carta, mas não sei no que eu posso ajudar, tenho certeza que nunca publiquei nada sobre o senhor e se quiser fazer algum anúncio no meu jornal não precisava de tudo isso...

O homem segue Lucchesi até a sala de jantar e fica olhando ao seu redor a imensa casa.

Paolo o leva até a sala de jantar e faz um movimento com a mão para ele se sentar. O Don então se senta na ponta da mesa ao lado de seu convidado. Assim que Adam se senta Paolo começa sua fala macia e generosa:

-O senhor está com fome? Pedi para que fizessem algo para a janta, por favor, aceite como boa hospitalidade. E não tema, não o trouxe para lhe fazer mal, pedi para que trouxessem o senhor para conversar sobre negócios que podemos fazer juntos, hoje faremos apenas amigos meu caro Adam!

O cozinheiro traz um delicioso prato de macarrão à Carbonara, também traz duas taças de cristal completamente vermelho contendo vinho para o homem e sangue para Paolo mas era simplesmente imperceptível a diferença entre as duas, um velho truque do Don para poder beber algo à frente de seus convidados sem chamar atenção alguma pois mesmo o cheiro era tratado com um aromatizante artificial e a cor com a ajuda de um corante, a única coisa que a diferenciava de uma inocente taça de vinho era seu gosto. Paolo toma um pequeno gole de sua taça e faz um movimento com a mão para o homem se alimentar.



-Bon appetit!- Diz ele com um sorriso amigável e acendendo seu charuto com o acendedor elétrico.

Adam parece que vai recusar a comida, mas quando vê o prato pronto na mesa pensa que isso seria deselegante demais.

Os dois homens ficam sentados conversando enquanto bebem e Adam come sua massa, o prato está maravilhoso e provavelmente ele nunca havia comido nada feito com tanto esmero, o vinho também era muito bom e ele começa a sentir o efeito do álcool em seu corpo.

- Então, senhor Lucchesi, que tipo de negócios podemos ter juntos? Qual é a sua área profissional?

Lucchesi percebe que ele começou a relaxar e está curioso então começa a falar:

-Ah sim, os negócios. Sabe, eu possuo amigos na polícia local, amigos no conselho de moradores... Mas ai que caiu-me a ficha que ainda não possuo amigos na mídia local, coisa que deveria ter feito tempos atrás diga-se de passagem, então pedi para traze-lo aqui para conversarmos sobre o futuro, sobre como eu pensei em ajudar-lhe, para caso eu precise, você possa me ajudar, entende?

Com seu alvo já um pouco grogue, Lucchesi usa sua PRESENÇA para deixa-lo ainda mais suscetível à suas ideias.

-Eu pretendo organizar um dos bairro da cidade, queria que o senhor se muda-se para ele, ele será o bairro mais seguro da cidade e pelos meus planos, o senhor irá ser parte do que irá trazer vida à esse meu plano. Então o negócio seria o seguinte, eu ajudaria em seus primeiros aluguéis, asseguraria a segurança e o anunciaria como meu amigo para as ruas em troca de o senhor fazer algumas... Edições especiais no seu jornal, se é que me entende.

Durante a última frase Lucchesi estende um charuto para Adam já com o acendedor em mãos, não seria nada agradável o jornaleiro ter um esqueiro em seus bolsos.

[OFF]

Se ele aceitar Paolo acende o charuto do jornalista.

Se ele não aceitar Paolo apenas coloca o charuto na caixinha de volta.

Adam sente-se um pouco cansado e pára de beber, também recusa o charuto oferecido.

- Senhor Lucchesi, eu até acredito que você queira o bem da cidade, mas quando eu comecei o meu jornal uma coisa era clara p'ra mim: já existia corrupção demais nessa cidade. O meu jornal é dedicado a mostrar a verdade pro povo de Skind, e por causa das coisas que eu publico nele estou sempre recebendo ameaças. Quando eu vi a sua carta imaginei a mesma coisa, mas vim mesmo assim, teria vindo mesmo que seus homens não tivessem ido me buscar.

Nesse momento o homem se levanta tranqüilamente e mostra que quer ir embora.

- Acho que o senhor poderia ter uma carreira na política local, e sempre que quiser publicar alguma verdade de interesse público no meu jornal pode falar comigo, meus preços são bem modestos, não preciso de muito p'ra viver. Agora eu peço desculpas mas não estou passando muito bem, preciso me retirar.

O homem parece calmo, um pouco cansado, mas a recusa dele não se mostrava agressiva, talvez ele apenas tivesse uma moral alta demais p'ra qualquer proposta que termine com "se é que me entende".

(20:30)

Lucchesi se mostra um pouco frustado mas não se levanta, mesmo com o homem apressado para ir embora.

-Meu caro adam, o que o senhor acha que pediria ao senhor? Algo ilegal? Acho que o senhor interpretou errado minhas intenções. O trouxe aqui para conversar sobre o bairro que pretendo construir, um bairro comercial, algo que o senhor seria parte e ajudaria a comunidade local. Já conversei com alguns amigos no conselho de moradores eles animaram-se com a ideia, seria o começo de um centro, o começo de um pouco de organização nessa bagunça que é essa cidade. Não o trouxe para ameaça-lo, nem usar seu jornal para fins ilícitos, vim fazer um amigo que me ajude a organizar essa cidade e tornar a vida dessas pessoas mais digna do que ser assaltado diariamente.

Adam segue até uma janela e observa através do vidro o jardim de Lucchesi.

- Não acho nada. Como eu disse, qualquer coisa que o senhor precise divulgar e eu considere boa para a cidade será bem vinda no meu jornal, mas eu não me sentiria bem aceitando investimento de um cliente dessa forma. Quando eu vim morar nessa cidade por discordar de algumas coisas que aconteciam em Sind foi difícil no começo, mas eu nunca aceitei nada que não fosse justo pelo meu trabalho. O meu jornal não gera lucro suficiente para eu viver confortavelmente, e às vezes ele nem gera lucro nenhum, mas eu gosto de pensar que as pessoas dessa cidade ainda podem contar com pelo menos um veículo imparcial que às mantenha informadas. Senhor Lucchesi, eu adoraria continuar essa conversa outro dia, mas realmente estou muito cansado agora, por que o senhor não passa na minha casa amanhã de dia? Assim eu posso mostrar como funciona o jornal.

Lucchesi contenta-se, tudo estava indo como planejado mesmo que houvesse imprevistos no caminho.

-Siga-me senhor Adam, gostaria de uma carona para casa?

Lucchesi se levanta e vai andando para a saída, ele também tinha que sair.

-Amanhã de noite passarei em sua casa então e por favor, se houver algo que eu possa ajudar não hesite em me chamar. - Paolo entrega seu cartão ao jornalista - E pagarei a quantia que o senhor definir justa pelos anúncios que provavelmente pedirei nos próximos dias.

Lucchesi o leva até a porta da casa e aponta para os homens que o levariam para casa. Enquanto isso chama Lucca para leva-lo ao bar anarquista.

Adam aceita a carona por não estar se sentindo muito bem, então os homens se despedem e seguem seus caminhos separados.

Lucca leva Lucchesi até o bar sem maiores problemas.

(21:20)