Escritório de Lucchesi.

-Era precisamente o que eu estava em mente, eu posso até alguma hora fazer isso, mesmo que não pretenda foder com o cara mesmo, sabe? Provavelmente eu apenas o incomodaria, longe de mim ter que acabar em violência uma coisa dessas, "vida infernal" foi ser qualquer coisa, pode ser desde ser pego pelo sabath à ter que ouvir Barbie Girl por 1 hora sem parar e meu plano estava mais para a segunda alternativa. Mas enfim, é, eu provavelmente vou ter que pedir pros setitas esperarem um pouco muito porque um inimigo do meu inimigo é meu amigo e pelo que sabemos toda a cidade é inimiga de quem comprar armas desse tal de Snake.

Paolo levanta ainda falando em direção à cristaleira e pega duas taças, põe em cima da escrivaninha e começa a encher ambos os copos com sangue espeço, e recém tirado, de uma jarra de prata. Pega os copos, entrega um à Yohan e com o copo em sua outra mão levanta o copo em forma de um brinde

-Caso o seu amigo não consiga tantas informações eu posso fazer umas ligações e descobrir mais coisa sobre esse tal de Snake, mas são amigos caros mas caso necessite de mais informação sobre ele, eu com certeza irei contata-los. Então temos um acordo? Ficamos de olho nesse maldito e vamos falar com esses vampiros nesse tal bar, estou pensando em fazer a visita eu mesmo, aliás, bom eu lembrar disso, eu estou sem Consiglieri e sem um underboss, triste fim o de ambos... Mas estou a procura de bons homens para fazer parte da minha família, para underboss eu procuraria alguém que seja bruto e não tenha medo de botar a mão na massa, quem sabe até um humano, para conseglieri eu preferiria... Bem, alguém que não tivesse medo de dizer o que acha de uma situação, de me criticar, um pensador livre, se é que me entende. Se conhecer alguém desse calibre, por favor, me avise.

-Quanto à Hagen, vou deixar essa coisa toda para depois, muito porque se o homem que falou comigo quiser pressa nessa missão quer dizer que ele quer que as coisas sejam violentas e/ou talvez a historia que ele me contou, ou parte dela, seja mentira, e ademais já temos uma cidade violenta demais para pessoas no Egito quererem fazer mais confusão.

Yohan faz uma expressão não muito boa quando o sangue era colocado na taça. Não era legal beber sangue de origem desconhecida e não faria isso.

Todavia levanta a taça sendo cortês.

_Você tirou as palavras de minha boca. De seus lábios só ouvi verdades e palavras de sabedoria.

_Temos um acordo enfim.

_Verei o que posso fazer quanto ao consegliere...

O vampiro enrola um pouco com a taça na mão e coloca em seguida na mesa novamente.

_Como não tivemos esta conversa, sugiro que cheguemos no lugar em horários distintos, porém no mesmo dia. Ali jogaremos toda nossa influência e cartas na mesa.

Levantando suavemente diz:

_Se isso era tudo, lamento dizer, mas terei que partir.

Estende a mão para um último aperto e despedida.

_Até breve Don.

-Por favor, não seria fútil de querer usar laços com o senhor, por favor, fale com Lucca na saida, ele lhe mostrará um dos meus amigos, então você pode se alimentar sem suspeitas. Desculpe-me se deu a impressão errada da situação mas bem, muito obrigado por vir, se no futuro quiser regressar por favor, me ligue, manteremos contato até lá.

Paolo vai até sua mesa, toca um sino enquanto esconde o cartão. E quase que imediatamente Lucca entra pela porta:

-Don?

-Lucca, por favor, leve o meu amigo Yohan aos aposentos do nosso convidado e de um pouco de privacidade aos dois, eles tem assuntos à botar em dia. Quanto a você senhor Yohan, foi um prazer, se precisar de qualquer coisa, Lucca estará na sala de estar.

Yohan faz uma expressão de que estava tudo bem, para ele, a confiança era um sentimento que se adquiria de forma gradativa e Lucchesi estava indo muito bem.

Da última vez em que se encontraram, foi em um território neutro e Yohan estava com alguns homens, aquela era uma situação diferente.

_Esta tudo bem Don, acredite. Não leve a mal certas manias que tenho.

Após isto completa:

_Ao contrário do que diz a etiqueta, o que não é propriamente dito uma regra de fato, sobre emprestar seu melhor rebanho, pedirei um inimigo morto recentemente ou que esteja em algum cativeiro.

_Mau aperto costuma machucar bastante, ao contrário do beijo gostoso de todos os membros.

_Se isso não for possível, partirei sem maiores problemas.

-Ah sim, então deixe-me acompanha-lo que eu possuo meios de retirar a vitae sem problemas. Lucca, por favor, continue com seus afazeres, eu acompanho nosso convidado.

Lucca apenas faz um gesto de sim com a cabeça e vai em direção à rua. Paolo faz um gesto para Yohan o seguir e segue para um corredor que aparentemente dá à mais cômodos da casa, abre a porta e entra em um deles.

Dentro do quarto o que se via era uma linda moça jovem entre seus 25-30, provavelmente de origem italiana, com longos cabelos negros levemente ondulados, lábios carnudos com batom vermelho e um longo vestino negro.

-Graziela, minha doce, me desculpe a falta de tempo de conversar com você nesta noite, muitos acontecimentos e convidados.

-Ah meu caro Don... o senhor já me deu atenção suficiente em outras noites, apenas entristeceu-me de não receber seu beijo nesta noite

-Bem... estou aqui não estou? mas antes, por favor, darias um pouco de seu lindo sangue para o nosso cavalheiro? Ele não a consegue beijar por motivos pessoais, mas se me permitires tirar um pouco mais do que lhe tiramos mais cedo.

-Tudo para o meu querido e amado Don.

Ela se senta na cama e abre a gaveta do criado mudo, tira uma taça, agulhas e um garrote (aqueles de laboratório pra estancar sangue e tirar com mais facilidade). Gentilmente fura seu braço e retira uma taça bem cheia de sangue.

OFF: eu não sei se sabes o que eu to falando, ja visse agulha de doação de sangue? É uma agulha grande, que leva à um tubo, ai tu engata esse tubo na bolsa de sangue, so que dessa vez não vai ter engate nenhum, ela so colocou o tubo na taça e escorreu pra dentro dela

(Graziela)- Aqui está, espero que goste. - ela fala com tom sensual

Paolo espera Yohan tomar a taça de sangue, oferece para pegar a taça que entrega à Graziela que coloca dentro da gaveta.

(Paolo)- Graziela, por favor, a bolsa. - Graziela entrega uma bolsa de sangue vazia, paolo abre a porta e faz um sinal chamando alguem, Lucca aparece na porta. - Lucca, por favor, ajude Graziela ela possui aquele problema que ja discutimos antes.

Lucca sem pestanejar levanta a manga e Graziela enche a bolsa com seu sangue.

(Paolo)- Muito obrigado Lucca, pode ir para casa, mas amanha chegue cedo, temos o que conversar depois - Lucca apenas acena com a cabeça, abaixa a manga com um sorriso de ter sido mandado para casa mais cedo. Paolo pega a bolsa de sangue da mão de Graziela e entrega à Yohan. - Por favor, aproveite e já leve o nosso visitante, creio que ele possui pressa em ir embora. Uma última coisa, Yohan, não se espante se veres mais polícia do que o comum na minha parte da cidade, vou pedir para ela ficar de olho se vir o nosso amigo chegando na cidade, se quiser o mesmo posso providenciar, apenas me avise, ademais muito obrigado pela visita novamente Sr. Enough -

Paolo aperta sua mão e ja retorna seus olhares à Graziela.

O nosferatu sente aquele doce sangue ainda quente em sua boca. A tempos não tinha uma refeição tão suculenta. A última vez que bebeu de uma moça tão frágil e bela, ela não suportou ficar acordada de tanta dor, acordando após dias em um hospital público de um coma.

Logicamente Yohan acompanhou o processo todo da moça no hospital, naquela época ele tinha uma certa cautela em manter o mundo desconhecido em mistério, não que tenha mudado de um tempo para cá, mas aprendeu a viver.

A noite violava corpos já frios de inimigos abatidos. O efeito nutricional era o mesmo, já o gosto, bem, não era tão gostoso assim.

Estava satisfeito com a hospitalidade de Lucchesi, na verdade não tinha nada a falar dele, mostrou ser um excelente anfitrião.

Se despede do ventrue com um belo sorriso e um aperto de mão amigável.

_Foi um prazer fazer negócios com o senhor!-Diz em um tom de despedida- Dentro em breve entrarei em contato com você, assim acertaremos as minúcias e encontraremos uma forma inteligente de agir.

_Até breve!

Entra então no carro do carniçal e diz de forma educada após cruzar os portões.

_Me deixe duas quadras ao leste por favor, tem uma pessoa que preciso visitar antes de terminar a noite...

Já são 23:00 quando Enough deixa a residência de Lucchesi, satisfeito do desenrolar da negociação. Na memória de todos que o encontraram, desde o anfitrião até seus subalternos e Graziela, aquele Nosferatu era um homem respeitoso.

Porém, tão pouco a visita deixava a casa, um odor horrível começava a se tornar perceptível. Aos poucos os tapetes, a poltrona em que Enough sentou-se, o cartão de Snake, as duas taças que ele usara e o carro usado por Lucca tornavam-se insuportavelmente fétidos, como se um mendigo morto tivesse sido arrastado pela casa inteira.

Por mais que Lucchesi tentasse se afastar do odor, o mesmo parecia segui-lo para todos os cantos, pois também estava impregnado em sua mão direita.

Lucchesi não pode deixar de pensar que essas são as conseqüências de fazer negócios com um Nosferatu, e se indagava sobre a decisão de tê-lo convidado para seu lar.

Assim que o odor se torna insuportavel (o que não deve ter demorado), Paolo fica agoniado.

-FRANCHESCO! FANCHEESCO!

Franchesco era um garoto novo, abre a porta com a arma em mãos preparado para a ação.

-VÁ ATÉ A CASA DAS SENHORAS QUE LIMPAM AQUI EM CASA, E DÊ UM DINHEIRO PARA ELAS VIREM CORRENDO PARA CÁ, DIOS MIO!

Paolo sai com um charuto aceso (acendedor elétrico) para a rua onde todos os seus homens estão, conversa um pouco com eles para saber como estão suas famílias, após terminar o charuto pede para dois de seus homens irem com ele. Ele entra atrás de seu carro e os dois homens à frente.

-Vocês estão familiarizados com o Bar no centro da cidade? Se não, aqui está o endereço, quero que me levem para lá depois de darmos uma ronda na cidade, quero ver se acho alguns amigos por ai.

Ao chegar em casa Paolo já começa a dar ordens:

-Franchesco, fica atento ao telefone que um homem chamado Thomas irá ligar pra ti para ires buscar ele lá no bar fora do nosso territorio, leve o Fabrizio contigo, ele sabe onde é.

-Lucca, eu quero reforçar a segurança pelo nosso território, faça os planos de onde é mais efetivo nos proteger, preciso deles amanhã. Também queria que colocasse homens confiáveis de olho no nosso convidado, por mais que não creio que teremos problemas, eu prefiro ser cauteloso.

-Ezio, quero que peça para uma das moças que limpam a casa para preparar um quarto, iremos ter um convidado esta noite. Peça para arrumar um dos quartos à esquerda do corredor.

Paolo sobe para sua sala, precisava conversar com algumas pessoas.

Ao chegar ao seu escritório Paolo deixa seu casaco no cabideiro e entra calmamente pela sala. Tira seu paletó e coloca sobre a cadeira. Assim que se senta pega o telefone e liga para seu aliado no submundo e o pergunta se ele sabe onde o dono do jornal local mora.

O contacto de Lucchesi acha a pergunta estranha, mas responde que o responsável pela tiragem semanal do jornal de Skind faz ela na própria casa, na região industrial da cidade. Chegar lá exigiria quinze minutos de deslocamento com um automóvel a partir do refúgio de Lucchesi.

(02:45)

Paolo abre um sorriso, era tudo que ele estava esperando, um homem em sua casa tentando ganhar a vida.

-Giovane e Sandro, vamos dar uma volta, preciso que me levem à um lugar.

Paolo então vai em direção à casa do jornalista.

Os homens de Lucchesi acenam com a cabeça e vão pegar o carro do chefe.

Juntos, os três saem dirigindo pelas ruas de Skind.

Lucchesi chega em sua casa com seus dois homens, estava com o sentimento bom de um dia agitado.

Paolo chega em seu escritório e começa a fazer ligações, ao que parece a noite ainda não havia acabado.

Paolo liga para seus amigos anarquistas em outras cidades para saber mais sobre o homem que chegaria em alguns dias em sua cidade. O Don não estava afim de se prender muito às informações do Nosferatu, por mais que o considerasse um amigo, nosferatus cobram por informações e iria demorar muito para essas chegarem.

O contacto de Lucchesi possuía apenas uma informação sobre a aparência de Snake, com sabe em uma visita que ele fez no Rio. Segundo o contacto Snake havia sofrido algum tipo de acidente ainda quando humano então usava um tapa-olho. Além disso o contacto sabia que Snake liderava uma gangue de vampiros.

As informações sobre o homem eram escassas e ninguém gosta de espalhar boatos sem fundamento, mas ao menos Paolo contava com alguma informação agora. Restava saber que tipo de homem era Snake, o mundo em que viviam tinha sua realidade pintada pelo sobrenatural e até aquele poodle inofensivo pode, na verdade, ser um monstro implacável.

Paolo pega seu telefone e liga para Akar, era a última coisa que precisaria fazer aquela noite, estava cansado, a noite havia sido longa...

Akar atende seu telefone, faltava pouco mais de uma hora para a noite acabar, tempo suficiente para receber notícias de Lucchesi.

- Olá, meu caro. Conseguiu alguma informação que me agrade?

-Alou, Akar, boa noite, eu fiz minhas pesquisas sobre o homem. Ele é bem conhecido aqui, não creio que irrita-lo será tarefa difícil porém há um problema. Nossa cidade irá ter uma visita de um homem que pode representar um perigo gigante para a segurança de cada um dos vampiros que aqui mora. Queria conversar com o senhor a cerca de adiar a efetivação dos meus planos contra o vampiro para que possamos resolver esta ameaça antes de criar tensões entre eu e outros vampiros, então, o que o senhor acha?

Akar escuta quieto até Lucchesi terminar sua fala.

- Tempos turbulentos, então? Acho essa uma ótima oportunidade para que faça o que eu pedi sem ser notado, afinal, se o homem estiver preocupado com o próprio pescoço ele pode se distrair quanto ao resto do corpo... Aguardarei as novidades sobre seu plano, será interessante ver como um homem covarde como ele age sob pressão.

-Vou, com absoluta certeza, tentar fazer isso, porém o homem do qual está pra chegar aqui em nossa cidade ainda vai demorar 3 dias. Aliás, eu já tomei algumas medidas para conseguir certa influência na mídia local, o sujeito é até que famoso pelas redondezas vai ser relativamente fácil quebrar a fama de bom moço do garoto. E Akar, gostaria de perguntar antes de iniciar meus planos, conheces as disciplinas que ele usa? Se é perigoso, e/ou um pouco da história dele?

- Entendo, tenho certeza que não terá problemas com essa criança, e não se preocupe, ele não teve tempo de aprender nada muito perigoso conosco, embora eu acredite que você não planeje confrontá-lo cara à cara, certo? Pense nele como um soldado humano, ele não é muito mais que isso. Agora acho melhor nos despedirmos, até mais, meu amigo.

Sim, claro, não planejo nada desse tipo. Então até mais meu caro.

Paolo chama Lucca ao seu escritório, havia um tom de... esperança em seu olhar e gesto. Paolo pede para seu mais confiável capanga, seu amigo e quase filho Lucca se sentar.

-Lucca, meu querido amigo, você está comigo à tanto tempo, desde que te tirei das ruas e cuidar de ti. Te vi correr pelos corredores e crescer num homem leal e confiável, um verdadeiro amigo e companheiro para todas as horas. Então eu lhe pergunto, depois de tantos anos vivendo comigo e vendo coisas deveras estranhas acontecendo por aqui, creio que chegou a hora de lhe recompensar. Mas primeiro terei de lhe perguntar, meu mais caro amigo, você confia em mim? Confia no meu julgamento e que apenas pensaria no melhor para ti?

-Don... Claro... Absolutamente. Nunca lhe pedi nada e o senhor sempre me deu tudo, desde comida e abrigo à um ombro para consolo na falta de qualquer figura paterna.

-Então peço que relaxe, confie em mim e apenas ouça a minha voz.

Paolo coloca uma venda em Lucca que estranha mas aceita sem perguntas, é nessa hora que Lucchesi coloca um copo nas mãos do garoto e logo após ouve "BEBA"

O movimento é involuntário, e Lucca começa a beber, mas percebe que é viscoso e com gosto de ferro... Poderia ser... SANGUE? Porém com o segundo gole a vontade supera o impulso inicial e se torna impossível parar de beber aquele líquido... Era algo delicioso e que ele poderia tomar litros... Ao terceiro gole ele se rende ao apetite e termina todo o copo em pouco tempo.

Lucca retira a venda e olha ao copo de cristal agora avermelhado... O que diabos estava acontecendo? É então que Paolo fala com voz feliz e acolhedora.

-Meu caro... Tudo que viste de estranho aqui em minha casa... Não era por acaso, você viu o quão bom era esse copo de sangue, achas isso natural?

-Eu... Eu não sei... O... O que está acontecendo?

-Meu amigo querido, eu preciso lhe contar, e acredito que depois do que ocorreu não irás duvidar muito... - Paolo então lhe explica o que ele é e o que é que iria acontecer com Lucca, mesmo incrédulo Lucca tende a aceitar, aquilo que acabara de tomar era sobrenaturalmente delicioso e certamente ele gostaria de mais...

-Então Lucca, durma aqui hoje a noite, amanhã lhe darei mais para ficares mais forte do que jamais foste e pode contar aos outros homens que você é meu novo Sub-Chefe, parabéns e boa noite, nos falamos assim que o sol se por.

Lucchesi ainda tinha uma carta na manga e essa carta era justo o motivo o qual era o homem mais influente da cidade: seus amigos.

Paolo queria saber se o homem que iria chegar na cidade tinha algo em mente além de vender armas, queria saber se ele possuía um plano por trás, algo sobre dominação ou destruição da cidade, quem sabe ordens de alguém que mandou ele, qualquer coisa além do "inocente" convite para venda de armas.