Sequer havia percebido que o quanto estava imunda, e a cabeça ainda parecia estar tonta, era como ter ainda ser mortal e ter bebido todos os copinhos de tequila numa festa com as amigas. Sentia-se mal, mas não a casca e sim por dentro, sabia que em partes a Coisa dentro de si conseguiu subir mais um degrau no que a separava de ser ainda humana a se tornar uma Besta.
Nem sabia onde seu Lacaio estava, escorregou da cama caindo sentada do lado esquerdo da mesma, ficando abraçada em torno dos próprios joelhos.
Ficou assim por cerca de quinze minutos até conseguir centrar sua mente e enfim levantar para ir até o banheiro, e atirar aquela roupa imunda no cesto de roupas sujas, queimaria mais tarde, ligou o chuveiro e entrou, ficando ali por quase vinte minutos até conseguir sentir que seu corpo ao menos estava limpo.
A alma continuava imunda. Bem, ela nem alma mais tinha, provavelmente.
Breanna saiu enrolada com uma toalha enrolada no corpo e outra nos cabelos, foi pra frente da espelheira e fixou os olhos no próprio reflexo, colocando as mãos sobre o delicado balcão de madeira nobre, era cerejeira, a cor natural já era bonita, e o polimento da mesma dava mais refino ao móvel, algo difícil de ser achado num lugar como aquele antro de cidade em que moravam.
Simulou um suspiro, e tirou a toalha, cabelos úmidos, e não chorava mais, não haveria mais sangue em seus olhos.
Ou ela abraçava definitivamente aquela natureza desgraçada ou acabaria virando cinzas em breve. O cainita que tinha a rádio local deveria ter anunciado em sua estação que a exposição dela sofrera um ataque de "invejosos", mas que isso não impediria do evento acontecer e desta vez em maior grau. Ajudaria ele com o que pediu, ela tinha lá seus dons, e deveria ser útil para a empreitada a qual ele estava decidido a enfiar-se.
Sentou, pegou um pente de dentes largos e penteou os cabelos com cuidados, trocaria de roupa, depois desceria para ver seu Lacaio, curiosa com os preparativos para a exposição, e mais tarde quem sabe fosse ao Bar novamente, ver se poderia ser útil lá, torcendo para não encontrar um certo garoto, encará-lo não ia ser nada fácil.
- Boa noite, Joshua... Alguma novidade? - Esperava encontrá-lo na cozinha, como sempre. Ele costumava cear próximo a hora em que ela despertava do sono diurno que seu corpo corpo precisava ter.